terça-feira, 19 de maio de 2009

Bom é render graças...

Uma das mais belas lembranças que tenho da minha infância é a de meu irmão David compondo suas músicas altas horas da noite. Ele chegava da aula, ou de alguma outra atividade à noite, e sentava na cama de cima do beliche – eu dormia na de baixo – e com o seu violão passava um bom tempo tocando e compondo.
Eu tinha muita dificuldade de dormir cedo, passava horas deitado olhado para o estrado da cama de cima (não dava pra ver o teto! rs). Talvez estivesse me acostumando com a idéia de dormir ouvindo canções maravilhosas e de profundo conteúdo bíblico. Acredito que estes momentos tiveram grande relevância na minha formação musical e contribuíram para que a música na minha vida hoje seja uma ferramenta que uso no exercício prazeroso da minha fé.
Umas das canções que o meu mano mais velho compôs é fruto de suas meditações no salmo 92. O salmista faz brotar do seu coração um hino de gratidão a Deus pelos seus feitos maravilhosos, pela experiência do perdão e por tantos outros motivos.
O salmista começa dizendo: “Bom é render graças ao Senhor...”. Esta afirmação só é possível fazer se, de fato, experimentar. Como assegurar algo que não foi possível experimentar? Isso quer dizer que o autor desse salmo estava consciente de que cantar louvores ao Altíssimo era uma experiência maravilhosa, saborosa, esplendorosa, pois ele já havia provado, e assim, comprova: isso é bom!
Duas questões importantes nos dois primeiros versículos do Salmo 92 não podem ser ignoradas. A primeira é o conteúdo dos louvores e ações de graças do salmista. Este era repleto do reconhecimento das misericórdias e da fidelidade do Senhor (2). A segunda é a intensidade ou a medida dos louvores e ações de graças do salmista. Ele diz: “anunciar de manhã... e durante as noites”. Na verdade, podemos entender que se tratava de uma vida de inteira gratidão e adoração. De manhã e à noite passa-nos a idéia de o tempo todo. Como bem disse o Salmista Davi: “Bendirei ao Senhor em todo o tempo, o seu louvor estará sempre nos meus lábios” (Sl.34.1).
Talvez tenha sido este sentimento que permeava o coração do meu irmão David o que o levava a tomar o seu violão e adorar a Deus nas noites e madrugadas a fora!

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